Manuel

António Nobre

Jezus! Jezus! Jezus! o que hi vae de afflicção!
Ó meu amor! é para ver tantos abrolhos,
Ó flor sem elles! que tu tens tão lindos olhos!
Ah! foi para isto que te deu leite a tua ama,
Foi para ver, coitada! essa bola de lama
Que pelo espaço vae, leve como a andorinha,
A Terra?

Ó meu amor! antes fosses ceguinha…

António Pereira Nobre nasceu a 16 de agosto de 1867, na Rua de Santa Catarina, no Porto. É na solidão do seu quarto, da Rue des Écoles que escreverá grande parte dos seu poemas que integrarão o Só, publicado em Paris em 1892.

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