Manuel

Vinicius de Moraes

Tristeza não tem fim
Felicidade sim…
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar.
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei, ou de pirata, ou da jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira.
Tristeza não tem fim
Felicidade sim…
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor.
A felicidade é um coisa louca
Mas tão delicada, também
Tem flores e amores de todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo isso ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato sempre dela muito bem.
Tristeza não tem fim
Felicidade sim…

Transcrevo uma excelente excelente biografia de Vinicius  publicada por Silva Frazão em https://www.ebiografia.com/vinicius_de_moraes/

” Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e um dos maiores compositores da música popular brasileira, além de ter sido um dos fundadores da Bossa Nova – um movimento musical surgido nos anos 50. Foi também dramaturgo e diplomata.

Entre os seus maiores sucessos está “Garota de Ipanema” que teve a letra escrita por Vinicius e a canção composta por Tom Jobim, em 1962

Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo já mostrava interesse por poesia.

Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja onde desenvolveu suas habilidades com a música. Em 1928 começou a fazer as primeiras composições musicais.

Faculdade de Direito

Em 1929, Vinicius iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. Em 1933, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas intitulado O Caminho Para a Distância.

Nessa época, já era amigo dos poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade.

Trabalhou como representante do Ministério da Educação na censura cinematográfica, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e seguiu para Londres, onde cursou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford.

Trabalhou na BBC londrina até 1939. Em 1940, de volta ao Brasil, iniciou a carreira jornalística no jornal “A Manhã”, escrevendo uma coluna como crítico de cinema.

Carreira Diplomática

Em 1943, Vinicius de Morais foi aprovado no concurso para “Diplomata” e seguiu para os Estados Unidos, onde assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Serviu sucessivamente em Paris, a partir de 1953, em Montevidéu, a partir de 1959 e novamente em Paris em 1963.

Vinicius voltou definitivamente ao Brasil em 1964. Em 1968 foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco. O compositor era malvisto pelo governo militar, pois era artista e bebia. Foi expulso do serviço diplomático, depois de 26 anos de carreira.

Poemas de Vinícius de Moraes

Vinicius de Moraes foi um poeta significativo da Segunda Fase do Modernismo. Ao publicar sua Antologia Poética, em 1955, admitiu que sua obra poética se dividia em duas fases:

A primeira fase carregada de misticismo e profundamente cristã, começa em O Caminho para a Distância (1933) e, termina com o poema, Ariana, a Mulher (1936).

A segunda fase, iniciada com Cinco Elegias (1943), assinala a explosão de uma poesia mais viril. “Nela – segundo ele – estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.” Seu grande tema foi o amor e suas múltiplas manifestações: saudade, carência, desejo e paixão.

Teatro

Em 1956, Vinicius de Moraes estreou o musical Orfeu da Conceição, no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenário de Oscar Niemeyer e música de Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim). Foi o ponto de partida para a Bossa Nova.

Em 1959, o filme Orfeu do Carnaval, do francês Marcel Camus, baseado na peça de Vinícius, ganhou a Palma de Ouro de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro. 

Carreira musical e parcerias

A carreira musical de Vinicius teve início em 1927, quando começou a compor com Paulo e Haroldo Tapajós, mas só se consolidou na década de 1950, com os momentos dos três grandes fundadores da Bossa Nova na música popular brasileira: Vinicius, Tom e João Gilberto.

Vida pessoal

O lugar preferido da casa de Vinícius era a banheira, onde passava horas a fio escrevendo.

Nos shows, se apresentava sentado diante de uma garrafa de uísque. No final da vida, diabético, foi obrigado a trocar o malte pelo vinho branco. Mas jamais abriu mão de seu doce preferido, o papo-de-anjo.

Vinicius casou-se nove vezes e teve cinco filhos. O primeiro casamento, com Beatriz Azevedo de Mello foi o mais longo e durou onze anos.

Suas outras esposas fora: Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última, Gilda Matoso. 

Vinicius de Moraes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, quando compunha a trilha do programa infantil “Arca de Noé” devido a problemas decorrentes de um edema pulmonar agudo e o coração não resistiu.

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